sábado, 25 de maio de 2013

SEM ASSUNTO

Não somos culpados pelo mundo que encontramos, mas somos culpados pelo mundo em que vivemos.

A tecnologia é hoje parte inerente da vida do ser humano de modo que não conseguimos mais viver separado dela, enquanto ela nos separa cada vez mais de nós mesmo.

Na ânsia para alcançar o progresso tecnológico, não levamos em conta suas implicações sociais relacionadas aos hábitos, conceitos, limites morais e individuais. Passamos por cima de algumas questões de suma importância tais como a necessidade de ouvir e de falar. Não temos mais assunto, não conversamos mais e não existem mais diálogos entre amigos ou famílias.

Os hábitos, os conceitos, as ideias e as relações sociais estão envolvidos com as máquinas.

Não se dá mais o “Bom Dia” ou “Boa tarde”; e se fizer ninguém vai te ouvir, pois estará com algum dispositivo no ouvido.

Não existe mais a troca de palavras. Qualquer assunto terá que ser tratado pelo e-mail.

Somos capazes de viajar duas horas de avião sem trocar uma palavra com o passageiro ao lado, pois ambos estão ocupados com seus equipamentos. Se o piloto informar que o avião está com algum problema mecânico, mais da metade dos passageiros não vai ficar sabendo, pois a maioria estará com um fone no ouvido.

Em 1992, a internet já ultrapassava a marca de um milhão de computadores conectados. No mesmo ano, eram testados os primeiros protótipos de navegadores para a web. Significa que naquela época milhares de pessoas já deixavam de se falar para se relacionar pela internet.

Vida social - Olhe para um internauta e você perceberá que a qualquer hora do dia ou da noite ele está trocando mensagens pelo computador. O e-mail é, com larga vantagem, a ferramenta mais popular da rede, utilizada por 90% dos usuários. Junto com ferramentas como chats, fóruns e programas de mensagens instantâneas. A internet é cada vez mais o modo como às pessoas mantêm contatos com parentes e amigos. Ninguém se fala mais nem pelo telefone.
Privacidade - Na internet todo mundo quer destruir a sua privacidade, inclusive você. Tanto o governo como nas empresas, criminosos e até mesmos os seus amigos estão interessados em obter informações sobre você. O pior é que em nome da comodidade, a maioria de nós praticamente não vê nenhum problema nisso. Comecemos pelos criminosos. Cresce a cada dia o número de formas pelas quais eles podem utilizar o computador para praticar crimes. Uma das principais é o roubo de dados bancários, números de cartões de crédito e outras informações pessoais que são depois utilizadas para compras fraudulentas. O seu micro também pode ajudar a espalhar vírus ou receber pequenos programas que, quando acionados, ajudam a atacar outros sites na rede.

Trabalho - A internet é uma das ferramentas mais poderosas para ajudar no trabalho e também para atrapalhar. Uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que empregados com acesso à rede costumam gastar o equivalente a um dia por semana olhando páginas não relacionadas ao serviço.

Dependência - Hoje eu me considero um dependente sem chance de cura, pois não tenho nenhum apoio na causa. O problema é que sou obrigado a conviver com a tecnologia, mesmo quando ela está contra mim. É verdade. Eu não consigo mais conversar com os meus filhos pessoalmente. Somente pela internet. Não tenho nenhuma chance de diálogo, pois além deles estarem sempre conectados, estão sempre com um fone no ouvido.

O mais difícil é acompanhar as mudanças, pois quando você acaba de adquirir um equipamento, aparece outro com novos recursos que deixa o seu ultrapassado. 

Amizade - Até os anos 90 eu participava de um evento chamado “ENCONTRO ENTRE AMIGOS”. Todo final de ano a gente marcava um local para reunir os amigos de longa data. Nos encontros a gente trocava ideias e sabia o que cada um estava fazendo. Existia uma união entre os amigos. A gente se ajudava nas dificuldades. Hoje, a gente se vê pelo Facebook.

Por falar nisso, tenho que ver os meus e-mails, fui! 
Luiz Martins


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