A
ordenação de mulheres ao sacerdócio não é novidade no meio evangélico, e com o
crescimento deste segmento religioso, cada vez mais a mídia tem estudado e
investigado como funciona a estrutura hierárquica das igrejas.
A
revista IstoÉ publicou matéria sobre a presença maciça das mulheres no altar
como pastoras, e destacou que esse fato contribui para o crescimento numérico
de fiéis.
A
reportagem destacou as personagens brasileiras com maior destaque no meio
evangélico, além de exemplos de mulheres com menor exposição midiática, mas
igual trajetória.
Cristiane
Cardoso, esposa do bispo Renato Cardoso e filha de Edir Macedo, escritora com
mais de um milhão de exemplares vendidos, afirma que a mulher como sacerdotisa
é fundamental: “Entendemos que a liderança da mulher é uma necessidade da
igreja e vai muito além do título ou cargo que ela exerce. Temos pastoras
consagradas no Brasil e ao redor do mundo”.
Rogério
Rodrigues da Silva, pesquisador da Universidade de Brasília, comenta que o
fator feminino foi o principal ingrediente da receita de crescimento da Igreja
Renascer em Cristo. De acordo com Silva, a bispa Sonia Hernandes é quem atrai
multidões para a denominação liderada pelo marido, Estevam Hernandes: “Sem o
viés feminino que Sonia trouxe à igreja, por certo a denominação não teria tido
tanto avanço como houve no Brasil, sobretudo em São Paulo”, pontua o
pesquisador.
Importantes
denominações históricas do protestantismo no Brasil, como a Assembleia de Deus,
também tem aberto espaço para as mulheres em funções pastorais. “Já não dá mais
para negar a importância da mulher dentro das nossas igrejas. Eu não tenho o
direito de negar a elas a prerrogativa de exercerem essa liderança”, diz Samuel
Ferreira, pastor da Assembleia de Deus do Brás, que consagrou recentemente duas
mulheres evangelistas.
Segundo
bispo Hermes C. Fernandes, “uma liderança feminina dá credibilidade. Mulher não
é vista como exploradora da fé, como ocorre com os homens”, afirma o líder da
Igreja Reina.
Margarida
Ribeiro, 48 anos, reverenda da Igreja Metodista, conta que estudou teologia
seis anos antes de ser ordenada ao cargo. Hoje, com 27 anos de pastorado, já
dirigiu 20 igrejas e enfrentou desconfiança: “[Quando ia pregar, perguntavam]
‘Você quem vai fazer o culto? Onde está o seu pai ou marido?’”.
A
pastora Sarah Sheeva, criadora do Culto das Princesas, afirma que o preconceito
ainda existe: “Pessoas ficam com um pé atrás quando chego. Pensam: ‘Mas é essa
jovem que vai trazer a palavra, ministrar um congresso?’. Temos de nos esforçar
duas vezes mais para ganhar a confiança”, diz a filha da cantora Baby do
Brasil.
Ana
Paula Valadão, 37 anos, pastora e cantora, vê na música gospel o grande trunfo
das mulheres na conquista de espaço: “O movimento gospel colocou não somente
homens, mas também mulheres em evidência. Algumas cantoras começaram a se
destacar nos grupos de louvor e um dos desdobramentos disso foi o
reconhecimento da capacidade que a mulher tem para exercer a função de
liderança, inclusive em outras frentes”, resume Ana, usando sua história
pessoal como exemplo.
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